Parece-me que há aqui uma deficiência lógica. Paulo Portas no debate com Francisco Louçã repete algo que, em boa verdade, nem é argumento só dele: ao Portugal declarar que não paga a totalidade da dívida precipitar-se-ia a saída do euro; a saída do euro reduziria a metade o valor dos rendimentos dos portugueses e, em simultâneo, elevaria ao dobro a dívida portuguesa. Se não pagamos a totalidade da dívida, naturalmente não podemos ficar a dever o dobro (assumindo uma desvalorização de 50%). Se não pagarmos metade, por exemplo, ficaremos a dever o mesmo. A menos que estejamos a pensar apenas na dívida pública - mas por que razão não havia de haver renegociação da dívida privada?