Lhereux era mercador astuto de roupas e perfumes em Yonville, uma pequena terra da província. E era versado em letras e outros instrumentos de crédito. Lhereux foi vestindo e perfumando Emma como a uma burguesa, e Emma, tão próxima de o ser, ficava cada vez mais em dívida para com Lhereux. Quando o dinheiro começou a falhar, Emma tentou fazer do marido cirurgião, mas o marido só sabia fazer sangrias, e acabou por gangrenar a perna do seu primeiro e último paciente. Exasperada e cada vez mais incapaz de amar o seu esforçado marido, Emma obtém deste procuração dando-lhe todos os poderes sobre os seus bens, seguindo conselho dado por Lhereux. Investida do novo poder, Emma vendeu uma pequena propriedade, e com o dinheiro comprou mais vestidos, às escondidas do marido, que continuava a fazer com as sangrias o dinheiro dos dois. Era com esses vestidos que Emma traia o pobre homem. Quando o dinheiro tornou a faltar, Lhereux, garantindo que não a podia financiar directamente, afirmou conhecer um banqueiro na capital que seria capaz de lhe descontar a sua letra, mediante um preço. Quando chegou nova letra, o banqueiro foi pessoalmente a Yonville para lhe penhorar os bens.
Lhereux e o banqueiro ficaram-lhe com tudo a preço de saldo, e parece que os amigos destes passarão férias na casa que um dia foi de Emma e de Carlos.