Uma das frases mais repetidas nos últimos dias é a de que o FMI não é um papão. Ora, o FMI é um papão. E dizer o contrário esconde uma agenda ideológica pouco honesta ou, pior ainda, revela ignorância. O FMI foi construído com a única missão de ser papão. Nasce da ideia de que a forma mais eficiente de impedir uma política económica descontrolada é criar exemplos de sofrimento que inibam comportamentos perigosos. É aí que o FMI entra. Como emprestador de último recurso, os seus economistas são treinados para garantir que os países que a ele recorrem sofrem o suficiente para não cairem na tentação de repetir o erro, e para que os outros países também não o façam. Se o FMI não for papão, não está a ser FMI.