O Manoel de Oliveira afirmou que a literatura é muito superior ao cinema. Talvez não tenha afirmado, talvez tenha confessado ou, melhor ainda, talvez tenha sugerido. O verbo é indiferente, porque é conjugado em liberdade. Um homem que passou o tempo para a morte experiencia a verdadeira - a única - liberdade. Não é a treta da liberdade negativa, ou a liberdade liberal, essa possibilidade de liberdade que é menos livre que a vontade, mas a verdadeira liberdade - a liberdade de dizer palavras que a morte perceba, e não as palavras que os outros percebam.